mardi, avril 26, 2005

na gana da garoa
a graça
da cidade
a chuva fina
na gana da garoa
a graça
da cidade
lava
minha alma peregrina

vendredi, avril 15, 2005

Diário de Prosa (não tão) Bárbara VIII

É uma ilusão acreditar que o homem é dono de seus atos, nos diz a tragédia.
Jean-Pierre Vernant

(Essa foi para desopilar o fígado, como diria um dileto amigo)

dimanche, avril 10, 2005

de ciência e tato, tudo o que sei é pedra.
a forma lisa, fácil, geométrica,
como em ato a filtrar-se,
a não formar-se

e a um só tempo
em todo dar-se
em meio ao todo
que é parte.

de pedra sei febre de fogo,
constitutiva,
e sua face fechada,
egoísta e partitiva.

de ferro a face – de pedra –
o delírio de natureza e prece
a calma santa e cética
que permanece.

da pedra, a busca, a mímese da vida
me formo
aprendo
chorar-se por dentro: secura.

da pedra, a passo e passo,
a pouca, porém sólida, estrutura,
da pedra, a passo e passo,
aprendo a plácida amargura.

vendredi, avril 01, 2005

alguma coisa morreu dentro de mim
(espaço pára a palavra e
incita o canto, o cisne,
a flauta d´água)
morreu
simples assim
alguma coisa
de delírio
cisne
um eco
uma flor com cheiro de fim
morreu a terra o tato
morreu
dentro de mim...
alguma coisa
um laço
alguma coisa enfim
alguma coisa a parte as partes
todas
de mim
alguma coisa morreu
simples assim
(espaço pára a palavra e
incita o canto, o cisne,
a flauta d´água)
morreu
fácil
alguma coisa em sangue e sim
um certo olhar
o tato
algo de lírio, rosa e jasmim.