vendredi, août 29, 2008

O Oceano de Plástico: pior que a Praia Grande

São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme. No oceano pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros . Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos. Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico. Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos:



O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta. A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'.
Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.
Segundo PNUMA, o programa das nações unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes. E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.



PS: roubado do blog dos Malvados em www.malvados.com.br. As fontes são Greenpeace, The Independent, e Mind Fully.

lundi, août 18, 2008

O gênio sensível

Quem perde morre


Da Folha de São Paulo

Por TOSTÃO

NÃO DÁ para não se emocionar com o choro convulsivo e com as palavras humildes e sinceras do judoca Eduardo Santos.

Logo após a derrota, Eduardo, que teve que fazer um grande esforço para ir à Olimpíada por causa de dificuldades financeiras e da falta de estrutura do esporte brasileiro, pediu desculpas a todos, especialmente a seus pais. Ele se sentiu culpado, como se fosse um grande fracasso e tivesse tido uma falha moral por não conquistar a medalha.

Entre tantos sentimentos e diferentes opiniões que desperta, a Olimpíada estimula ainda mais as pessoas, atletas ou não, crianças e adultos, a acharem que só serão felizes se forem vencedoras, mesmo que sejam em pequenas coisas do cotidiano. Nesta busca pelo ouro e pelo aplauso, alguns passam por cima de tudo. O importante é sempre vencer. Competir e perder é um grande fracasso.

A sala onde ficam os nadadores antes da disputa por medalhas, calados e olhando uns para os outros, é chamada de sala da morte. Quem perde morre.

Tenho admiração pelos perdedores e também pelas pessoas tristes, inadaptadas, marginalizadas e que, mesmo assim, levam a vida digna em um mundo indigno. É a maneira que tenho para criticar a sociedade que só valoriza os vencedores.

No mesmo dia em que Eduardo perdia e em que Michael Phelps ganhava a terceira medalha de ouro, em um total de oito que pretende conquistar, a China confirmava os truques e as maquiagens da cerimônia de abertura.

A voz da menina que encantou mais de 4 bilhões de pessoas, cantando “Ode à Pátria”, não era dela. A voz era de outra menina, que foi preterida por não ser bonita.

O diretor da festa confirmou ainda que algumas belíssimas imagens mostradas na cerimônia, que todos achavam ser ao vivo, foram montadas antes em computadores. Tudo para o bem do país e para mostrar uma China moderna e poderosa. Isso não foi novidade. Em Barcelona, não foi a flecha atirada por um atleta que acendeu a pira olímpica, como todos pensaram no momento.

A China, com esses e outros truques, entrou definitivamente e com grande sucesso no mundo do marketing, da simulação, em que o importante não é o que as coisas são, e sim o que parecem ser ou que os outros pensam que elas sejam.

Em outras épocas, os comunistas diziam que os burgueses, mesmo os solidários, eram cúmplices e tinham sido engolidos pelo sistema capitalista. Hoje, as pessoas, mesmo as verdadeiras, são também engolidas pela sociedade das aparências, do espetáculo. “A vida dá muitas voltas. A vida nem é da gente.” (João Guimarães Rosa)

vendredi, août 08, 2008

Nasce um par

Esperança é artigo raro. Investe-se muito, exigindo-se da vida troco algum.
Assim, o menino garboso apruma-se, tamanhamente. Deixara no sol sua melhor roupa, para sublimar o cheiro do mofo. Pegara emprestado o sapato do pai. Havia, até mesmo, comprado um perfume e vendido os vales do serviço, para pagar o cinema. Era hoje o dia... O passo rápido, quase trote, menor que a ansiedade.
No local combinado, a donzela insofismável... Dulcinéia, Beatriz, Inês de Castro alucinada, a moça, a donzela, a bela moça estava acompanhada! A boca seca, incauta, cala a língua, a expressão tremida, calma e inexata. Produto possível da voz furtada: a felicidade é o orçamento do futuro; orgulho noves fora.Um desconto pra amizade.
À distância, o menino profundo, alma de velho, poeta, sorri.