mercredi, avril 21, 2010

Higiene I

Projeto uno, máximo, de existência: descompletar-se.

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eu-lírio; eu-lírico.

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A noção iluminista de completude é um fitar o Nada. Será tarde demais quando descobrir que não é capaz de rir na cara do perigo.

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A linha reta mecaniza o movimento; a curva, sanha do imprevisto, é a única capaz de descortinar subjetividades.

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Sério demais prum cabaré, não?

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Não há movimento real que seja anterior à experiência. Fora desta, há tão-só cartão de ponto, café e planilha de Excel; a racionalização é uma forma perigosa de fantasia.

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Vocês esperavam o quê? Mulheres nuas?

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O cérebro se engana, o coração desvia; a verdade, com frequência, bate no estômago.

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Não há verdade no mundo que seu corpo não tenha descoberto antes de seu cérebro.

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O sujo está sempre bem feito.
Exercício ontológico: viver com isso.

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No cabaré, toda prostituição é filosófica. Prostituir-se pedagogicamente é o ponto-médio de toda filosofia.
Minhas meninas sempre souberam disso; eu é que estou aprendendo.

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A pele é a medida de todo discurso.

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