samedi, décembre 29, 2007

orquestra:
o toque em falso da sonata,
farfalhar lírio-metálico,
mãos irreais bailam inexatas.

jeudi, décembre 20, 2007

Também somos, sim!

Discordando de Vitor Birner

http://blogdobirner.net/

Por Paulinho

Respeito demais a opinião do amigo Vitor Birner, mas desta vez sou obrigado a discordar.
O Campeonato Mundial de 2000 é, sem duvida, o título mais importante da história do Corinthians.
Foi conquistado dentro de campo, no mais absoluto respeito às regras estabelecidas pela FIFA.
Birner diz que o campeão da Libertadores não disputou o torneio, mas esquece de contar a história completa.
Mustafá Contursi abriu mão, em nome do Palmeiras, de participar do torneio.
O Vasco, como Campeão da Libertadores do ano anterior foi selecionado, com a promessa de que o Palmeiras participaria do campeonato de 2001, que só não aconteceu por motivos comerciais, voltando posteriormente a ser disputado no ano de 2005.
O Palmeiras errou, que culpa tem o Corinthians ?
Corinthians que disputou o campeonato como representante do país sede, ostentando o título de Bi-Campeão Brasileiro.
Quanto ao argumento de que as equipes européias vieram a passeio, é uma lenda que de tanto ser comentada quase vira verdade.
Quem assistiu à partida entre Corinthians e Real Madrid, Raja Casablanca e o mesmo Real, sabe bem do que falo.
Foram jogos memoráveis.
A Toyota Cup, torneio mundial que reconheço, embora não seja oficializado pela FIFA, também teve seus problemas.
Vitor Birner se esqueceu de contar que o São Paulo foi campeão enfrentando o Milan que não era o Campeão da Europa.
O vencedor da Copa dos Campeões da Europa foi o Olimpique de Marselha.
Como a equipe francesa não pode vir para o torneio o Milan foi convidado.
Nem por isso eu digo que a conquista vale menos.
Quanto ao velho argumento da trajetória para se conquistar o torneio, vamos lembrar que a França foi campeã mundial em 1998, sem disputar eliminatórias, por ser o pais sede, e ninguém contesta a legitimidade de sua conquista.
O mesmo Milan poderia ter sido campeão em cima do São Paulo sem ter sido da Europa.
Regulamentos existem para serem cumpridos, e o Corinthians honrou cada linha dele.
Agora quanto ao achismo de acreditar que o Mundial de 2000 é menos importante do que os títulos paulistas de 1977 e 1997, não tenho a menor dúvida em afirmar que não procede.
Cada título tem o seu valor.
Muita gente, na casa dos 30 anos de idade, não teve a oportunidade de viver a conquista da equipe de Oswaldo Brandão.
É obvio que para eles o titulo Mundial foi mais emocionante.
O título de 1977 é muito importante, foi uma conquista que livrou a torcida de anos de sufoco, sem duvida inesquecível.
Mesmo assim não acredito, mesmo entre os que viveram aquela época, que trocariam o Mundial pelo titulo paulista.
Fui testemunha de toda a trajetória.
Assisti aos quatro jogos no estádio.
Na partida contra o Vasco, no Rio de Janeiro, milhares de corinthianos cantavam de mãos dadas o famoso “Todo poderoso Timão”.
Foi de arrepiar.
Ao final da partida, todos choravam e se abraçavam em uma demonstração de alegria e amor ao Corinthians indescritível.
Não há como desmerecer essa conquista.
Muito menos as de Santos, São Paulo, Flamengo, Grêmio e Internacional.
Não há titulo mundial menos valioso.
Muito menos os reconhecidos oficialmente pela entidade que comanda o esporte.
O fato da FIFA e a CBF serem o que são não fazem das equipes que vencem seus torneios campeãs ilegítimas.
Não sou a favor dos políticos, mas tenho que seguir as leis votadas por eles como cidadão.
O mesmo raciocino cabe as entidades filiadas a essas confederações.
Por isso o argumento utilizado pelo Vitor para “cutucar” quem se contrapõe aos desmandos da CBF e da FIFA também não procede.
Uma coisa nada tem a ver com a outra.
Minha opinião está publicada.
É sempre muito bom poder fazer isso com liberdade e independência.
O blog do Birner me permite isso.


PS: texto retirado do blog do Paulinho: http://oblogdopaulinho.zip.net/

lundi, décembre 03, 2007

Anotações de um amor vagabundo

A segunda-feira nasceu com um sol que de tão claro oprime; hoje anseio a sombra. Olho pela janela, lavo o rosto e ligo o computador. Aperto o peito e engulo, seco, meu amor vandalizado.

***

Objetividade é ficção com estatística.

***

O amor aumenta com a alegria do inimigo.

***

Motivos, admito, são vários. Para falar a verdade, pedimos. Entregamos nosso coração aos podres, e estes – ah estes, meu bem! – não perdoam. Acreditamos, como pessoas simples que somos, em promessas e cantos de sereia.
Esquecemos que nosso valor é o trabalho, pois amamos o gosto do suor, o jorrar do sangue, e não o júbilo fácil. Fomos presas de moedeiros falsos e de uma mídia festeira. Acreditamos, Deus... Será pecado acreditar?

***

Também fizemos mal em pensar que só o amor bastava. Nesse mundo tão planejado, o coração não entra na planilha.

***

Ironicamente, soa o canto de Camões, mais verdadeiro que nunca e, de alguma forma, redentor:

Ao desconcerto do mundo

Os bons vi sempre passar

No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.

Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim,
Anda o mundo concertado.

***

Hoje, somos a carniça do mundo, mas somos tratados como se fossemos a única.

***

Creio ser errado, apenas, apontar o dedo à massa. Ela cantou, sofreu... e continuará cantando, sofrendo.
Pena de mim não precisa: eu não caí... Caíram comigo; o mundo virou de ponta cabeça.

***

Os amores que ficam são os mais cachorros: indolentes, pidonhos, bravos e fiéis. Tenha calma, pois, das cinzas de meu coração brutalizado, nascerá a aurora de vossa redenção, Corinthians...