dimanche, avril 10, 2005

de ciência e tato, tudo o que sei é pedra.
a forma lisa, fácil, geométrica,
como em ato a filtrar-se,
a não formar-se

e a um só tempo
em todo dar-se
em meio ao todo
que é parte.

de pedra sei febre de fogo,
constitutiva,
e sua face fechada,
egoísta e partitiva.

de ferro a face – de pedra –
o delírio de natureza e prece
a calma santa e cética
que permanece.

da pedra, a busca, a mímese da vida
me formo
aprendo
chorar-se por dentro: secura.

da pedra, a passo e passo,
a pouca, porém sólida, estrutura,
da pedra, a passo e passo,
aprendo a plácida amargura.

2 Comments:

Blogger Sérgio said...

Sólido, sólido. Que mais posso dizer. Não sou grande crítico para poesia, V. Excia. sabe que sou mais de prosa e meus poemas são como mulas anquilosadas e ancestrais. A vossa poesia não, é vívida, é límpida, é fúlgida e refulge. Cumprimentos, saudações e vida longa, que venha à luz a vossa poesia, ó imémore vate!

5:11 PM  
Anonymous Anonyme said...

Acompanhei alguns posts, e desta vez não posso deixar de comentar... Me impressionou, me agradou e me deixou pretrificada. Como disse Sérgio, que venha à luz vossa poesia!
Ana

5:46 PM  

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