mardi, juillet 01, 2008

Este seja o poema

Teu pai e mãe fodem contigo.
Que não o queiram, tanto faz.
Legam-te cada podre antigo,
além de uns novos, especiais.

Mas de cartola e fraque outrora
os sacaneou do mesmo modo,
gente ora austero piegas, ora
se engalfinhando cega de ódio.

Passa-se a dor adiante: fossas
num mar que só fica mais fundo.
Dá o fora, pois, tão logo possas
sem pôr nenhum filho no mundo.

PS: poema de Philip Larkin, publicado na Folha desta segunda, na coluna de Nelson Ascher.