vendredi, juillet 22, 2005

Reflexões e sexta-feira

O capitalismo é uma fábrica de loucos, porém, com disposição customizada de pessoal, estrutura enxuta e competitiva e capaz de forjar personalidades dinâmicas e criativas.

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E, veja bem, não importa que sejam loucos, todos, loucos todos, todos loucos, louquinhos.

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Estou a procurar no lugar errado, creio. Jamais vou encontrar minha Helena no metrô...

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– Mas, tu estudas!
– Futilidades... Ciências humanas são a perfumaria do espírito.
– Ora, tu és inteligente!
– Ora, esse é o problema!
– Tens um bom trabalho!
– Sim, sim... Qualquer macaco que saiba crase é capaz de fazê-lo!
– Mas, mas... Tu és tão forte, tão bonito...
– Como nisso posso crer: tu és minha mãe!!!

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O Brasil é um país em que a tradicional livre concorrência capitalista transforma-se em “acabou o pirão, minha cuia primeiro”.

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– Nossa, ela tá diferente, né?
– Huhum... Sim, sim... Chá de picão...

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Maldade, pura maldade... Falta de elegância...

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Hoje em dia, as Helenas são todas lésbicas...

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No S do dicionário parei, atônito, meio sem querer, no mar do verbo ser.

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À vezes é tão difícil ser-se que a gente inventa a quase crença de perder-se.

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... e, diferente do poeta, não preciso de conhaque e nem nada para ficar melancólico...

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Passar por passar, de propósito, sem pensar: sina dos filhos de Saturno.

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Mas, convenhamos, a melancolia do poeta era bem outra, mais nobre.

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Penso que é triste ver-me assim: preso, pois, à prosa.

vendredi, juillet 15, 2005

Aos Homens de Letras

– E então, o que você me diz?
Indaga a Madalena arrependida ao marido estupefato.
– Ora, o que dizer, ele replica, você bem sabe que dou mais valor a uma mentira bem contada do que a toda e qualquer realidade.

vendredi, juillet 08, 2005

Diário de prosa bárbara XII

Condescendência

Recusou o conforto do arcapetado escritório. Matou-se no banheiro, pintando de vermelho aquele mar de azulejos muito brancos e limpos. Assim o fez por ter em alta conta Dona Gervásia, encarregada da limpeza, sempre muito afável...

vendredi, juillet 01, 2005

Reflexões e sexta-feira

Cá com meus botões, e os vossos, tenho de fazer um mea culpa, na verdade, prestar um serviço social: não é aconselhável, na minha tenra idade, ser tão velho quanto sou.

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Quem disse que o trabalho enobrece é um baita dum $%¨*&#.

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Odeio... simplesmente odeio pessoas felizes... Odeio praia também... e sol... Todas essas coisas devem ser capitalistas.

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Relógios são naturalmente sádicos. Às sextas-feiras, então, nem se fale...

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A propósito, as sextas têm um cheiro de alforria, não?

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A guitarra é o pinto do rock.

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Andando na rua, parei, respirei fundo, olhei para o céu e disse: por que não?

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Minha terapeuta não pôde me atender essa semana... Loucuuuuuuuuraaaaa...

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Terapia tinha que ser que nem Vick: você tá com o nariz entupido, vai lá e dá uma cheirada...

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Eu fico assim pois ela não pôde me atender... imagina agora quando a mulher tira férias! Loucuuuuurrraaaaa

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Obs: não é terapia, mas há muito tempo existe um negócio que você cheira e fica feliz.

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...amar o mar amar amar o céu o ar amar o olhar...

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A humanidade tem um impulso meio suicida, né não... como é que os caras chamam... tanatos...

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Hoje acordei e sonhei que era o azul...

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Por que não, hein? Por que não?