vendredi, août 26, 2005

Reflexões e sexta-feira

Ser moderno, pois, é cagar e cheirar a própria bosta. E comprazer-se disso, é claro.

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Algo que não entendo é essa panacéia que as convenções críticas teimam em chamar “romance climático”. Pergunto: por que não logo a poesia?

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Nota mental: quando for déspota do mundo, impedir que velhinhos e velhotas peguem o metrô das seis às dez, e das dezoito às vinte e uma. Medida higiênica e benfazeja ao estresse dos cidadãos de bem.

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As meninas do cabaré me disseram que Lula, nosso Lulíssimo, nesse momento crítico da vida nacional, deve sentir falta de uma felação (o popular boquete). Convencido e seduzido pelos bons argumentos de minhas damas de ocasião, concedo-lhe dois vales-felatio, válidos até sete de setembro.

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Estaria eu perdendo a classe? Talvez seja o cansaço. Porém, não há com o que se espantar, afinal de contas, isso aqui é um cabaré.

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“Não há nada mais Saquarema do que um Luzia no poder.”
Enciclopédia Mirador Internacional, Volume XVI.

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Como sou homem de princípios, político de direita não recebe boquete! Nem em crise! Não obstante os protestos calorosos das meninas.

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Existe sobrenome mais legal do que Amado? “Por favor, o senhor Amado está?” Sensacional... esse não tem crise de auto-estima...

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- Oi, você viu o meu casaco? Não é lindo? R$ 20.000,00 na Daslu...
- Claro que vi... muito bonito... comprei um igualzinho para a minha empregada...

Virei as costas satisfeito. Depois da conversa, a perua começou a fazer análise.

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Pensando bem, a escravidão não foi abolida; mas apenas substituída por períodos regulares, e porcamente remunerados, de trabalho.

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Meu irmão, aos cinco anos, apontou para a vermelhidão do crepúsculo e disse:

- Olha, Jé! O céu ta sangrando!

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Criança é um bicho que tem poesia, não é? Pelo menos até a Xuxa e os animes acabarem com ela...

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“Só a poesia salva!”
Idéia legal para uma camiseta.

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Tentei ser gentil, impressionar:
- Nossa! Há anjos em seus olhos!
- Que porra Jeferson! Que foi? Tomou bolinha?!! Viado!

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Por favor, um sal de frutas!

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Quero morrer escutando o Réquiem, de Mozart.

mercredi, août 10, 2005

queria uma tarde toda assim:
um pouco leite,
um pouco tato
é fato,
um pouco sim.

encerra o céu a tarde toda assim,
nasce na flor seu ferro
e cresce no ar o sol
raiz
quase sem fim.

(a tarde toda (mulher) em beijo pára:
sem medo,
sensata,
deseja clara
(sonata)
e deita calma)

errar a tarde toda errar o todo sim – sem mal saber a tarde seu sabor,
sua volúpia, enfim:
abarcar a tarde que cresce,
e em ciclo arrefece,
sem mais,
dentro de mim.


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lundi, août 01, 2005

Vai moleque... vai ser gauche na vida!

– Cara, é... Vem cá, para quem você torce, hein? Pro Piu-Piu ou pro Frajola?
– Ah! Mas pro Frajola, é claro!