larguei.
larguei dessa coisa de poesia.
larguei.
não há rufar que rime canto e
rosa alegria de arrebol.
não há mentira, mártir
máximo de acalanto e
de agonia que me faça, me prenda,
ao limiar do dia.
larguei:
no abandono do passo o pulso
que tange a moldura do quadro,
o ponto falho de compasso e esquadro
a gemer, senil,
a lágrima, o sal do solo o sangue em cimo
em pacto de paz e fim de fio.
liame.
larguei.
resta agora morrer o mantra
na matemática da cal
e na certeza do ácido vítreo e gelado da cidade.
resta a vida rasa: cova de rosas.
morrer em massa no labor do beijo
o branco certo e reto
da falta de desejo.