jeudi, mai 12, 2005

larguei.
larguei dessa coisa de poesia.
larguei.
não há rufar que rime canto e
rosa alegria de arrebol.
não há mentira, mártir
máximo de acalanto e
de agonia que me faça, me prenda,
ao limiar do dia.
larguei:
no abandono do passo o pulso
que tange a moldura do quadro,
o ponto falho de compasso e esquadro
a gemer, senil,
a lágrima, o sal do solo o sangue em cimo
em pacto de paz e fim de fio.
liame.
larguei.
resta agora morrer o mantra
na matemática da cal
e na certeza do ácido vítreo e gelado da cidade.
resta a vida rasa: cova de rosas.
morrer em massa no labor do beijo
o branco certo e reto
da falta de desejo.

4 Comments:

Anonymous Anonyme said...

Me deixou um tanto confusa, mas acho que estou ... é belo, possui a beleza sutil do olhar nostálgico, da expressão melancólica ... dúvida de novo: Será que meu olhar está assim e por isso encherguei em ti o meu reflexo?!!!
De qualquer modo ... gostei!
Beijão

10:26 AM  
Anonymous Anonyme said...

A poesia é uma forma enganosa de verdade, Sr. do Cabaret. Transformou-se na forma de expressão dos irrealizados. Faz mto bem de abandonar isto em nome de algo muito mais canalha e benéfico a si próprio. Como se conseguissemos. O desejo está sempre aí.
Se eu estivesse menos bêbedo responderia à altura.
Um abraço.

5:28 PM  
Anonymous Anonyme said...

Eu poderia dizer que o texto é aspero, mas na verdade a comodidade é macia como o sofá de casa...
Abraço
-Morelli

9:56 PM  
Anonymous Anonyme said...

gostei muito!
mas não larga a poesia não...

2:59 PM  

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