lundi, juin 25, 2007

sou uma criatura dessas
tão antigas e tolas
tão profundas
que se contorcem por livros
não lidos
cantigas de amores

sou mesmo daqueles
tão vários
que no trabalho
sonham
no sonho
trabalham

que morrem aos poucos
ó happy few
sentindo no corpo
oco de átomos
a fumaça da vida
a rotina
o frio

(na névoa a noite do meu riso-embargo
sobe no prédio mais alto e grita:
cansei de beijo pago
cansei de guardar o fio do lírio
o lago-lábio)

faço-me parto
(a parte à parte)
da revolta
ao espaço dos passos
(conta-vidas em gotas metrô lotado)
ao turbo talhe da boca em novela
dessa gente bela feliz corada e perdida:
passa-me o cigarro
meu bem
devolvo-te a vida



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mardi, juin 12, 2007

Lacrimário a Santo Antônio

Nestas palavras, jazem as solitárias almas trêmulas que cinza choram, hoje, as horas, interditas, prometidas. Neste espaço, choro hoje a leprosa lua, a cor desmerecida, a morta madrugada nua.
Oremos.