Estou a ler
Voyage au bout de la nuit, de Louis-Ferdinand Céline. Não sei se é implicância minha, portanto, corrijam-me se estiver errado, mas creio que, por volta da centésima página, uma história já deveria ter começado, ou, pelo menos, já deveria ter dito ao que veio.
O narrador (estereótipo do homem com o ovo virado, desgostoso com a vida, crítico de tudo, patati, patatá) perde-se em masturbações mentais de caráter psicologizante, neurótico e... circular, altamente repetitivo. O cara não faz nada, só pensa. Nada acontece, só há raciocínios espetaculosos, reflexões capciosas, dissertações e coisas que tais.
O que dói é o fato de ser um livro "aclamado", e talvez o seja pelo fato de também só pensarmos e pensarmos, muito ocupados com os traumas do nosso umbigo, e não termos coragem de fazer nada, nunca.