mercredi, mars 15, 2006

...ele deu adeus. E, por algum motivo, sentia-se mais morto do que nunca ousara estar antes. Aquela sensação de vazio incontinente esgotava-lhe o espaço do peito, crescia em nervura rumo ao crânio e de pronto assaltava o corpo, cada músculo, erva daninha. Ele deu adeus. Nunca mais a voz ou o sorriso a dar a vez. Nunca mais o olhar. Ela agora, membrana de outrora, película, mito em mar que marca o céu de alhures. Uma mão que balança vária no parapeito e que faca faz-se fenda no olhar que vai embora... Ele deu adeus. Delirou-se à cal, subterrâneo, como nunca, e passo e passo à frente reinava o medo-câncer de esquecer a cor do mundo...



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5 Comments:

Anonymous Anonyme said...

Nossa, adorei seu texto...
Muito lindo mesmo, fazia tempo q naum lia algo assim...
Esperarei os próximos...
Bjocz...

6:30 PM  
Blogger Unknown said...

tão triste como um entardecer de domingo... muito bonito meu caro!

7:24 AM  
Anonymous Anonyme said...

Então. A Débora me obrigou a vir aqui. Se eu soubesse o que encontraria não tinha sido obrigada. Excelente.

11:06 AM  
Anonymous Anonyme said...

Bonito o texto. Só uma coisa: esse vazio eu conheço bem, já senti ele. Fui levado à uma igreja evangélica por um amigo. Eu também tinha preconceito. O vazio se foi...

1:23 PM  
Anonymous Anonyme said...

Só pude dar uma passadinha aqui hj ... e olha, adorei o textinho!

Sei que já estou me tornando repetitiva ... rs Mas ficou muito legal mesmo!!!

Beijos

9:27 AM  

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