Matutinas da sexta-feira gorda...
O dinheiro é sempre incerto. Nunca sabemos o que comprar, o que financiar, controlar, debitar, enfim, onde pisar na louca mecânica dos valores de capitais; nosso "couro de rato" (como diz meu pai) é contado, pouco e suado. E isso sem contar com o fator emprego, sempre dependente dos humores de chefes biltres e da gangorra do mercado, que esconde a incapacidade de gerar produção em desvios semânticos e lexicais, em palavras como "recapacitação" e "reengenharia". Ao sujeito falta, então, apoio... Sempre na corda bamba.
Os amores em nossa época também não têm lá muita estabilidade; os olhares se perdem na folia sangrenta do dia cinza e citadino. Os beijos já não são confidentes, mera troca entre corpos, objetiva. Amor com data para débito. Quanto aos temores, ora, estes nunca tiveram hora marcada. Vide PCCs e similares.
Isso posto, creio que não exista melhor metáfora para essa nossa vida falha e ausente do que o recente buraco aberto em Pinheiros. É quase metafísico. Falta-nos o chão, amigos. Falta-nos o chão.
***
Seria o caso de algum lingüista estudar a profusão de "res" e "neos" em nossa era, um assunto para outro post.
***
Um lema: viver devagar, morrer lentamente.
***
É quase uma baianice.
***
Numa noite tropical, quente e escura, uma alma cuja sabedoria igualava a sutileza veio até mim e disse:
– Você pensa que ser feliz é só beber cachaça?
Mesclada à culpa, explodiu em meu cérebro, tilintando para todo lado, a incontrolável vontade de dizer: Sim!
***
Ando escutando muito samba de Candeia, muito samba de Clementina de Jesus...
***
Eu queria um verbo inteiro, rijo. Um verbo de esfregar com as mãos.
Os amores em nossa época também não têm lá muita estabilidade; os olhares se perdem na folia sangrenta do dia cinza e citadino. Os beijos já não são confidentes, mera troca entre corpos, objetiva. Amor com data para débito. Quanto aos temores, ora, estes nunca tiveram hora marcada. Vide PCCs e similares.
Isso posto, creio que não exista melhor metáfora para essa nossa vida falha e ausente do que o recente buraco aberto em Pinheiros. É quase metafísico. Falta-nos o chão, amigos. Falta-nos o chão.
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Seria o caso de algum lingüista estudar a profusão de "res" e "neos" em nossa era, um assunto para outro post.
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Um lema: viver devagar, morrer lentamente.
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É quase uma baianice.
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Numa noite tropical, quente e escura, uma alma cuja sabedoria igualava a sutileza veio até mim e disse:
– Você pensa que ser feliz é só beber cachaça?
Mesclada à culpa, explodiu em meu cérebro, tilintando para todo lado, a incontrolável vontade de dizer: Sim!
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Ando escutando muito samba de Candeia, muito samba de Clementina de Jesus...
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Eu queria um verbo inteiro, rijo. Um verbo de esfregar com as mãos.
3 Comments:
É, meu velho. A vida não é bolinho não.
Respondi à tua arenga. Vê lá.
A discussão continua.
Aliás, eu e o Donato estamos montando um blogue comum... não quer abraçar a idéia?
Aliás, quero sua autorização para publicar aquelas discussões quando se encerrarem.
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